Donald Trump
Ninguém esperava ver o empresário e ex-apresentador de um reality show, Donald Trump, como 45º presidente norte americano pelo partido Republicano.
Desde cedo que Trump não gerou muitos simpatizantes devido à sua arrogância e à imagem negativa gerada pelos media proveniente por vezes de um contexto normativo descontextualizado.
Trump é um político que utiliza uma abordagem agressiva e manipulativa com que a maior parte do público não se familiariza por instituir medo, o povo americano sente que vai regredir com ele, pelo seu tradicionalismo e conservadorismo exasperado e pelo desrespeito de muitos dos direitos já conquistados ao longo dos anos: direitos das mulheres, dos negros, dos emigrantes e dos homossexuais.
O recém-eleito presidente dos EUA afirma que não é contra a imigração, mas sim contra a imigração feita de forma clandestina e contra o facto dos imigrantes tirarem a oportunidade de emprego às pessoas do país acolhedor. Eu penso que de forma nenhuma tiram oportunidade. Da mesma forma que se licenciaram, tiveram estudos e formações, o americano com certeza também terá tido oportunidades para construir o seu currículo de forma mais ou menos privilegiada. Não podemos negar oportunidades a pessoas que procuram uma vida melhor e que lutam e trabalham por isso.
Trump também foi várias vezes acusado por recorrer em debates políticos a métodos e argumentos desadequados e a exaltar-se frequentemente (incluindo ofender várias vezes publicamente).
Nos debates, Trump provocou e insultou inúmeras vezes Hillary Clinton tendo esta o acusado como potencialmente perigoso para a ordem mundial. O seu discurso é sempre hostil, arrogante e agressivo em relação a todos os candidatos, nomeadamente quando se defronta com Clinton.
Como estratégia para Trump ganhar votos dos republicanos, passou por eleger uma equipa de assessores hispânicos que se encontravam em alguns Estados chaves fundamentais para as eleições, como a Flórida e o Colorado, ajudando a conquistar votos. Esta estratégia deveu-se principalmente ao facto de ter adotado uma postura agressiva durante a campanha contra os imigrantes hispânicos, tendo chegado a propor um muro na fronteira do México, sendo o governo mexicano obrigado a pagar. Classificou os imigrantes hispânicos também como agressores sexuais e traficantes. A intensificação das críticas da comunidade hispânica como era de esperar era cada vez maior.
Trump parece não ter o mínimo de respeito: acusa um juiz de não ser imparcial quanto à sua origem mexicana.
Parece que o discurso de Trump tem estado mais calmo com a sua nova equipa de assessores, mais disciplinado e controlado talvez. A sua chefe de campanha diz ser produto da sua autenticidade e preocupa-se com o facto das controvérsias que já possa ter causado.
O candidato à presidência da Casa Branca diz estar arrependido, mas estará mesmo e será realmente possível uma pessoa mudar tanto em tão pouco tempo? Esperemos para ver o que o futuro nos reserva.
Na realidade, os analistas não acreditam que Trump tenha mudado de forma tão abrupta, embora aparentemente este se revele mais compreensivo. Até o seu ex- assessor, Jehmu Greene, duvida desta mudança repentina e destas preocupações com o seu temperamento.
De muito se teme quando Trump subir ao poder e tivermos que dizer adeus a Obama, pois ele sempre mostrou uma posição ambígua em relação à NATO; o apoio às armas nucleares; a proposta de banir temporariamente a entrada de muçulmanos em território norte-americano; o apoio à tortura de suspeitos terroristas e a respetivas famílias; a sua amizade com Putin e o facto de ver aspetos positivos em estabelecer uma relação com o Kim Jong-un, o líder supremo da Coreia do Norte.