Um ano de “Geringonça”
No passado dia 26 de Novembro fez um ano que o governo alternativo de esquerda fez a sua tomada de posse. Paulo Portas nessa altura interveio ao proferir “isto não é bem um Governo, é uma geringonça” e acrescentou “o programa das esquerdas é uma geringonça [que] oferece uma bebedeira de medidas, tudo a correr e ao mesmo tempo – e, como sabemos, as bebedeiras têm um só problema: chama-se ressaca”. Foi desde então que a expressão “geringonça” viria a classificar o novo executivo minoritário, que consequentemente foi usado frequentemente pela própria esquerda.
Posto isto, passado um ano é possível ver a posição dos partidos em relação à “Geringonça”, isto é, se a geringonça continua a oferecer “uma bebedeira de medidas” e se hoje Portugal está a braços com uma “ressaca” como Paulo Portas previra.
Na opinião de Nuno Magalhães este ano significou uma “oportunidade política perdida”, isto porque nos quatro anos anteriores os portugueses tiveram anos muito duros de assistência económica e financeira e passaram por bastantes sacrifícios, que se justificam devido ao executivo de José Sócrates. Passado um ano é possível observar que as reversões levadas a cabo por este governo em termos de saúde, transportes e educação conduziram a grande desconfiança que por sua vez reduziu o investimento.
Uma outra consequência dos actos deste governo foi o aumento de impostos indirectos, que Magalhães deixa claro ao afirmar “se a coligação pudesse ter governado como o povo português demonstrou nas urnas e esta recuperação – que é devida, merecida, justa e que tinha começado no anterior governo – fosse mais gradual, teríamos não só menos impostos indirectos, sobre o sol, as vistas, o açúcar, a gasolina, sobre quase tudo o que mexe, como haveria mais confiança e mais crescimento económico.”
Já relativamente aos número deste último trimestre, Nuno Magalhães considera que são sinais mais animadores, contudo recorda que “economia portuguesa não está a crescer tanto como o PS previu no seu programa eleitoral.”
Uma citação bastante ilustrativa do pensamento do CDS-PP relativamente ao ano que decorreu do governo alternativo é que “Falharam sempre, falharam em tudo. Está a crescer, é melhor do que não estar, mas muito menos do que previa, devia e até do que o PS estava convencido.”
Com efeito, as palavras de Nuno Magalhães expressam passado um ano aquilo que Paulo Portas defendeu inicialmente, isto é, “os compromissos políticos e partidários que unem esta solução de Governo não são mais do que impedir que quem ganhou as eleições não possa governar.”