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Prophet Of Doom

Um Prophet Of Doom é uma expressão utilizada na análise da literatura Inglesa cujo significado é alguém que prevê acontecimentos negativos para a humanidade. Esta foi uma das expressões utilizadas para me definir quando eu comecei a dizer (ou prever, como quiserem), sensivelmente desde maio, que Donald Trump ia ganhar as eleições Americanas. Essa e as já universalmente conhecidas de burro, lerdo, racista, xenófobo, machista, apoiante de extrema-direita, campónio, nazi, fascista, asno político, entre outras mais coloridas, mas que acho desnecessário colocar aqui, para não perpetuar o estereótipo de típico tripeiro. Mas isso não interessa, o que interessa é o porquê de eu ter tido razão. Sou Trumpista assumido e admirador desse campeão da classe neo-oprimida que 8 anos de Democratas se esqueceu e que é o motor económico dos (outrora) Mighty USA, a classe média.

A Decadência Americana

Os EUA vivem atualmente num estado de pura hipocrisia, onde os liberais choram por Marxismo Social (a mais injusta das politicas, pessoalmente dou preferência a meritocracia) mas pecam por praticar o oposto. É sabido e motivo de orgulho que várias empresas dão prioridade a minorias na recruta para os seus quadros, pondo na borda do prato os que usufruem do falacioso white privilegie*. Mas não se pode falar disto, porque quem ousa comentar isto é um porco racista e sexista. Milhares de empresas estão a ser outsourced para outros países, nomeadamente México e China, burlando em muito a classe média e trabalhadora e, no fundo, o próprio país. Mas quem reclama é acusado de ter falta de visão empreendedora e de ser pouco globalista. Um país onde a maior parte dos crimes dos crimes violentos é perpetrado por uma minoria, a classe dos negros, mas existem movimentos como o Black Lives Matter, apesar de os negros ocuparem apenas o terceiro lugar no ranking de suspeitos desarmados mortos pela polícia, tendo a sua frente os hispânicos e os ‘’diabos brancos’’. Todos os dias são publicadas na Internet sob diversas formas mensagens de apelo a violência sobre os brancos. Mas não se pode discordar, se não ganhasse o título de Racista da Semana. É imperativo saber utilizar pronomes pessoais que nem sequer a esmagadora maioria ouviu falar quando se dirige a uma pessoa, se não corre o sério risco de ser conhecido por cis-gender* homofóbico, transfóbico e de ter fobia a qualquer género que essa pessoa inventar. Tudo isto exemplos da decadência da sociedade americana, outrora fantasiada por muitos como a sociedade do desenvolvimento pessoal, um lugar onde sonhar é possível e onde se podia chegar longe. Valores e ambições deitadas ao lixo por Millenials mimados e vitimas profissionais.


O Apelo ás Armas Dos Guerreiros do Alt-Right*

As eleições americanas são como uma final da Liga dos Campeões em Old Trafford*, o frente a frente entre dois colossos políticos no teatro dos sonhos, deixando pelo caminho adversários que tiveram mais olhos que barriga. Tudo uma gigantesca, multimilionária teatralidade assistida por milhões de pessoas por todo o mundo. Mas estas eleições conseguiram suplantar todas as outras anteriores a esta, tudo por causa do grande poder anónimo da internet. Toda esta neo-opressão ao average Joe, todo este aplicar de rótulos de racista, xenófobo, sexista, ignorante, et cetera levou a criação de uma nova estirpe de conservadores, os Alt-Right. E quem são estes saudosos guerreiros da internet? São pessoas como eu, pessoas que estão fartas de cidadãos que acusam qualquer um que tenha uma opinião contraria de tudo e mais alguma coisa. Cidadãos esses que se queixam de ser oprimidos, quando na verdade são eles que oprimem. Sendo constantemente acusados e rotulados, estas pessoas encontraram refugio na internet, em sítios em que ninguém os pode acusar de nada sem sair impune. Sítios esses em certos /r/* do Reddit, Blogues de discussão, Chatrooms e principalmente no infame 4chan*, nomeadamente na board intitulada de Politically Incorrect*, ou simplesmente /pol, para abreviar. Estes fervorosos apoiantes de Trump encontravam-se nestas plataformas digitais para discutir o que se passa ou para, pura e simplesmente, gozar com a situação. Posso dizer com toda a certeza que estes anónimos foram os grandes impulsionadores da vitória do pseudo-Republicano, liderados pelo auto-intitulado Dangerous Faggot (em bom português, o Paneleiro Perigoso) Milo Yiannopolous*. Os Alt-Right tiveram tanta influência que o seu meme mais utilizado, o Pepe*, foi classificado pela Campanha de Clinton e pelos média em geral de símbolo de supremacia branca. Mas também não podemos esperar mais dos brilhantes media dos EUA, cujo o trabalho é tão bem reconhecido que hoje em dia apenas 3% da população confia neles. Ainda temos nós a lata de nos queixarmos do Correio da Manhã.


A Entrada Fulgurante do Guerreiro

Donald Trump entrou nestas eleições com apenas uma ideia na sua cabeça: Make America Great Again. Sem quaisquer ambições pessoais ou quaisquer interesses partidários, Trump entra em cena como um Ronin, um samurai sem mestre, que deu logo a ideia que não responde a niguém senão a si mesmo. O Establishment tentou de tudo para travar a ascensão perigosa desta bomba nuclear que ameaçava os seus interesses, tudo esforços impotentes para travar o Trump Train. O que distanciava Trump de todos os seus adversários, Republicanos e Democratas, é o facto de Trump ter entrado na luta com uma retórica muito pouco usual no meio politico e se tornou a sua imagem de marca: o politicamente incorreto. Sem papas na língua, Trump ousou dizer os factos, sem filtros, sem medos. Foi acusado de inúmeras coisas, mas não desistiu. As sondagens davam-lhe uma derrota esmagadora, mas não acreditou. Trump teve uma visão de como seria os EUA se tivessem que levar com mais 4 anos de Democratas e não tremeu, não vacilou, mandou-se a luta e de lá saiu, inquebrável, invicto. Um verdadeiro vencedor. Todos os indicadores estavam presentes de que Trump ia vencer, mas as pessoas preferiram olhar para o lado. As sondagens nada influenciam o resultado, mas sim os eleitores. Esses insatisfeitos com o rumo ultra-liberal de um país conservador de raiz. Trump, o sexista, teve 52% do voto das mulheres. Trump, o homofóbico, teve um enorme apoio da comunidade LGBT+. Trump, o racista, teve números record no que toca a votos de eleitores negros e hispânicos, requerentes aos registos anteriores do Establishment. Tudo isto eleitores fartos do rumo que o país tomava, mas demasiado receosos para admitir a sua intenção de voto, pois temiam pela sua vida profissional e social. Todos estes indicadores estavam presentes na sociedade americana, mas os média foram propositadamente cegos. Trump venceu porque os americanos estavam fartos. Fartos de um sistema que os prejudica em prol de agendas privadas, um governo constituído por elites com o qual o povo não se consegue identificar. Trump ganhou porque, apesar de fazer parte dos 1% de americanos milionários, consegue-se relacionar com os restantes compatriotas. Sobretudo, Trump ganhou porque prometeu combater os problemas que ninguém quer admitir que existem.


De Volta ao Prophet of Doom

Tudo o que eu escrevi vim a apregoar desde o início, feito pastor de um rebanho de almas que se recusa a ter fé na mudança de paradigma que se aproxima. Não me considero um Prophet of Doom nem um Nostradamus dos dias modernos, mas sim um simples rapaz que tem a capacidade de ver além preconceitos. Algo que não considero nada de especial na verdade, apenas presto atenção. Agora se me é permitido assumir o papel, digo, com toda a certeza, mesmo antes do inicio de mandato, que se Donald Trump leva a sua avante, será reeleito em 2020. Considerem-se avisados.


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