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"Festa Barroca" no Palácio da Ajuda

Visitar o palácio da Ajuda irá permitir-lhe sentir o ambiente das festas italianas do período barroco. A exposição “Festa Barroca”, que decorre até 28 de fevereiro, maravilha-nos com recriações de trajes dos séculos XVII e XVIII.

Uma longa pesquisa histórica, aliada à qualidade do trabalho de artesãos italianos, possibilitaram transmitir a beleza do vestuário dos que frequentavam estes espetáculos na corte: cavaleiros, membros do clero, nobres, um grupo de teatro e o anfitrião da festa. O projeto surgiu em 1989, com a associação “Invicto a Corte”, dirigida por Fausto Fornasari, e tem chegado a vários países da Europa, da América e da Ásia. O local para a realização da exposição não poderia ser mais adequado, uma vez que a decoração do Palácio da Ajuda apresenta influências de D. Maria Pia, princesa da Itália. D. Maria Pia, mulher de D. Luís I, foi a última residente do Palácio da Ajuda, sendo que se viu obrigada a abandoná-lo em outubro de 1910, com a implantação da República. A Rainha marcou pelo seu estilo extravagante, comprovado pelos seus espaços no palácio, que se distinguiam facilmente dos do Rei, caracterizados pela sua simplicidade.

Após o Terramoto de 1755, com a destruição do Palácio da Ribeira, D. José I ordenou a construção da Real Barraca, no Alto da Ajuda, com uma estrutura em madeira. Em 1794, durante a regência do príncipe D. João (D. João VI), um incêndio terá destruído esta estrutura provisória do Palácio da Ajuda. Assim, o Príncipe D. João decide avançar com o projeto da construção de um novo palácio, inicialmente virado para o barroco, mas que acabou por ter um estilo predominantemente neoclássico. Contudo, apenas no reinado de D. Luís I o Palácio da Ajuda se torna Residência Régia, na sequência da decisão do Rei de abandonar o Palácio das Necessidades, devido à morte de D. Fernando, D. Pedro e D. João, seus irmãos. Quanto ao papel de D. Maria Pia, destaca-se não só o seu empenho na decoração, como também o seu entusiasmo em dar vida ao palácio, através da organização de grandes festas.

Museu desde 1968, o Palácio tem sido também utilizado para cerimónias oficiais. Embora a construção do Palácio da Ajuda se tenha iniciado em 1796, a obra ainda não foi finalizada, pelo que conhecemos apenas um terço do projeto inicial. Em 2016, aprovou-se o projeto de conclusão da obra. Este irá custar 15 milhões de euros, assegurados pelo Ministério da Cultura, pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Associação de Turismo de Lisboa. Será concluída a faixa poente do edifício e serão construídas caixas-fortes que guardarão as joias da coroa portuguesa. No final de 2018, as obras serão terminadas, pelo que esperamos que no início de 2019 esteja aberto ao público.


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